segunda-feira, 12 de março de 2012

PMA capacita profissionais em aleitamento materno




clique para ampliarA consultora do Ministério da Saúde, Keiko Teruya, esclarece sobre a produção de leite materno (Fotos: Ascom/SMS)
clique para ampliarA médica Regina Braghetto fala dos benefícios nutricionais e da sobrevivência das crianças na primeira infância
Duas médicas consultoras em Aleitamento Materno do Ministério da Saúde (MS) estão em Aracaju, capacitando profissionais de Saúde para implementação das estratégias do Hospital Amigo da Criança (IHAC) e da Rede Amamenta Brasil. A capacitação está acontecendo no Centro de Educação Permanente de Saúde (Ceps) e reúne profissionais que atuam na Rede de Atenção Primária da Prefeitura de Aracaju e nas maternidades Santa Isabel e Nossa Senhora de Lourdes. O curso, que teve início ontem, 12, segue até o próximo dia 14.
Como parte da introdução do curso, as facilitadoras Keiko Miyasaki Teruya e Regina Aparecida Braghetto apresentaram resultados de várias pesquisas científicas que apontam e fundamentam o desmame de crianças da primeira infância como causa principal da mortalidade infantil, em especial nos países em desenvolvimento. "As evidências científicas mostram ainda os benefícios da amamentação materna na prevenção das doenças crônico-degenerativas como asma, diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares", divulga Keiko, que é doutora em Medicina Preventiva pela Universidade de São Paulo.
Já Braghetto aponta que o aleitamento materno individualmente é uma intervenção mais importante e de baixo custo que reduz em 13% mortes de crianças com menos de cinco anos. "A amamentação associada a outras intervenções como orientação para alimentação complementar saudável, reidratação oral, vacinas, juntos podem prevenir mais de um terço de todas as mortes de crianças na primeira infância no mundo", afirma Braghetto que também é membro da rede IBFAN Brasil. Outro aspecto importante da amamentação apontado pelas estudiosas é quanto à relação de afetividade entre mãe e filho. "Os bebês que recebem afeto e estimulação adequada no primeiro ano de vida tem melhor desempenho social, intelectual e mais resistência para a vida", afirma Keiko.
"Muitas crianças recém-nascidas morriam desidratadas, por diarréia e ninguém sabia responder o porquê, mas agora está comprovado, a amamentação reduz significamente o risco de morte de crianças até os primeiros anos de vida. As evidências mostram que o melhor alimento para o ser humano é o leite, desde o nascimento. O leite materno tem ótima condição nutricional e deve ser exclusivo até os primeiros seis meses. A mãe deve continuar amamentando a sua criança até dois anos de idade, com alimentação complementar saudável", afirma Keiko.
As consultoras do MS lembram que pesquisas divulgadas pelo Unicef apontam cerca de 2,2 milhões de mortes de crianças relacionadas à desidratação por diarréia, que poderiam ser evitadas com a amamentação. "Em 2004, o Unicef apontou que se as mulheres oferecessem por seis meses exclusivamente o peito à criança seria possível salvar cerca de 1,3 milhão de crianças por ano", divulga Keiko
Teoria e prática
O curso de 20 horas é organizado em aulas teóricas e práticas. No primeiro dia, os participantes revisaram noções básicas sobre a produção de leite materno, com informações sobre a anatomia da mama e sobre a fisiologia da lactação. Também foram estimuladas no curso a metodologia participativa, como dinâmica de grupo e dramatizações, para reproduzir atendimentos na unidade de saúde à mulher com crianças na primeira infância, com o objetivo de estimular o aleitamento materno.
"Como profissionais de saúde temos de ter habilidades para receber, escutar, entender o universo dessa família, apoiá-la e passar informações simples e relevantes sobre a importância da amamentação", orienta Braghetto.
Para a assistente social da Unidade de Saúde da Família (USF) João Oliveira Sobral, Márcia dos Santos, a capacitação está ajudando os profissionais tanto das maternidades quanto às unidades básicas a mudar a forma de acolhimento às mães. "Este curso é muito esclarecedor para nós individualmente e vai nos ajudar a também expandir esses conhecimentos para outros membros das equipes de Saúde", acredita Márcia. A enfermeira da maternidade do Hospital Santa Isabel, Andréa Bandeira, disse que o curso vai potencializar as ações já desenvolvidas na maternidade para conquistar o título Hospital Amigo da Criança.
O secretário municipal de Saúde, Silvio Santos, lembra que a gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), em Aracaju, vem adotando medidas importantes e mantendo as atualizações nessa área para democratizar entre os profissionais de Saúde a estratégia global para a alimentação de lactantes e crianças da primeira infância. "Dentre as ações, a PMA mantém em todas as maternidades o projeto Corujinha. O projeto é mais uma novidade da gestão local do SUS, que tem como missão fortalecer e ampliar os cuidados na assistência aos recém-nascidos dentro das maternidades. O nosso objetivo é melhorar e garantir uma assistência integral à mãe/filho e famílias que chegam às maternidades de Aracaju, tanto no setor público quanto no privado", afirma Silvio Santos.

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