quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

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E agora?

A justiça federal, estimulada pelo Ministério Público, exige que a Prefeitura de Aracaju invista recursos na infraestrutura da chamada zona de expansão. O juiz de São Cristóvão sentencia que a Prefeitura pare imediatamente todas as ações administrativas na região. Esta última decisão não se refere somente as obras, mas também aos serviços de saúde, educação, recolhimento de lixo, etc. E agora? Atende a quem?
E ainda falam dos políticos...

Meu Deus!!!!

Ouvi Nilson Lima hoje no pragrama de Gilmar Carvalho. Dos cinco minutos que falou, quatro foi sobre o PT. De como o PT mudou e do mensalão.
Nilson deve ter lutado muito enquanto militante e dirigente do PT para que o partido, na opinião dele, não se degenerasse tanto. Vai ver que foi por isso que ele saiu do PT e foi para o PPS. Naturalmente, nenhuma palavra sobre a participação do seu novo partido no banquete de panetone do Distrito Federal.
Aliás, não entendi quando ao final de sua entrevista ele elogia, acertadamente, a política econômica do país e a forma como o Brasil superou a crise e conclama o povo a mudar no ano que vem. O que é isso companheiro? Tá bom e por isso tá ruim? 

Olha a coerência aí gente!!!!

Deu na coluna do jornalista Diógenes Brayner no jornal Correio de Sergipe: "...o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), disse que 'há mensalões espalhados pelo Brasil todo. Em vários estados isso acontece sistematicamente. Por isso não há oposição'. Guerra fala a verdade", conclui o colunista.
Engraçado, quando em 2005, no mensalão do PT, Lula deu uma entrevista em Paris dizendo que essa questão era corriqueira na política brasileira, toda a imprensa, inclusive o colunista, atirou pedras no presidente. Opinião isenta é isso aí...

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

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2º melhoer PIB per capta do nordeste

Essa acaba de sair do forno. Segundo dados do IBGE, Aracaju tem o melhor PIB per capta do nordeste. Só fica atrás de Recife. Isso é o fruto do esforço do governo do presidente Lula que definiu uma política econômica bem elaborada e ousada, onde crescimento econômico e distribuição de renda são duas faces de uma mesma moeda e a determinação do governo municipal liderado pelo prefeito Edvaldo Nogueira por construir a cidade brasileira da qualidade de vida. De parabéns todos os aracajuanos.

Muita calma nessa hora

Calma pessoal! Nós sabemos que vem campanha eleitoral por aí, tem a disputa pelo voto, coisa e tal, mas não precisa usar as pessoas para tirar proveito político. Como bem disse o prefeito Edvaldo Nogueira, nos últimos anos não há um único caso de lítígio na justiça por conta de desapropriações. Portanto, tentar passar a idéia de que há perseguição da Prefeitura ou de alguém em nome dela, a determinadas pessoas é uma fantasia que não cabe em ninguém. A prefeitura de Aracaju, diferentemente de muitas que simplesmente intervêm e mandam a dívida para precatórios, nós procuramos negociar pelo preço de mercado ou o preço mais justo. Porém esse preço justo tem seus limites na lei. Há pessoas que querem que a Prefeitura pague as idenizações de casas da região da ponte do rio Poxim pelo preço de mercado. Ok. Acontece que muitas dessas casas não têm escrituras, pois foram construídas por meio de ocupação ilegal. Nesse caso a Prefeitura só pode pagar pelas benfeitorias feitas, ou seja, a obra propriamente dita. Se alguém na Prefeitura autorizar pagar também pelo terreno vai responder futuramente, perante a justiça, Tribunal de Contas, etc. Estamos tratando de dinheiro público, portanto exige-se muita responsabilidade e respeito as leis. O resto é bravata e demagogia eleitoreira.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

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Ainda sobre a Câmara

Mesmo entendendo que a derrubada do requerimento do vereador Emanuel Nascimento seja um estímulo a novas agressões entre os edis na Câmara; mesmo considerando que o resultado da votação fere a imagem da Câmara de Vereadores; mesmo convencido de que a mensagem passada para a sociedade é a de que, na Câmara, as agressões entre os representantes do povo é coisa normal, quero reafirmar o meu respeito, apreço, consideração e amizade aos 19 vereadores que compõe a Câmara Municipal de Aracaju.
Apesar de considerar o episódio um erro grave, entendo que os vereadores(as) têm maturidade, sabedoria e capacidade política para superarem esse problema e evitarem que fatos semelhantes voltem a acontecer.
Ainda como demonstração de irrestrito respeito a todos os vereadores(as), e para evitar mal entendidos, estou retirando desse blog o texto anterior que, reconheço, dava margem para interpretações de desapreço da minha parte para com os nobres vereadores(as) de Aracaju.     

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

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João Alves e o panetone

"Corrupção é algo execrável" disse João Alves ao Jornal da Cidade de hoje. É o ex-governador afiando sua "navalha" para cortar na carne do Arruda. 

O PSDB e o Bolsa Família

Não sei porque tanta chiadeira dos tucanos e seus prepostos nas colunas dos jornais da terrinha, em relação as declarações do governador Déda alertando para o fato de o PSDB ser contra o Bolsa Familia, programa social do governo Lula. Não é verdade? Fernando Henrique, prócer maior dos tucanos, já pediu para esquecerem o que ele escreveu. Agora a turma do partido da privatização vai pedir para esquecer o que eles falavam do Bolsa Família? E a reação dos jornalistas/colunistas? No mínimo incoerente. Chamam o programa de Bolsa Esmola e ao mesmo tempo juram que os tucanos não são contra. Mas, esperar coerencia de quem não escreve uma linha sobre os "panetones" de Brasilia é acreditar em Papai Noel.

Amaral na Academia

Olha aí mais uma obra prima de Amaral Cavalcanti, poeta, cronista e jornalista dos melhores. Da safra de "De bar em bar" a vez do Gosto Gostoso, o bar de uma geração de sonhadores tão bem descrita por Amaral nesta crônica. Eis porque o nosso querido poeta merece um lugar na Academia Sergipana de Letras. Boa leitura. 

O Gosto Gostoso


Era o bar da guerrilha citadina, o aparelho dos descontentes, o bar dos descolados. Bar de ativistas políticos sabe-se como é: pega pelo paladar e sai juntando consciências, misturando sonhos e indignações. Daqui a pouco o que há de gente contra tudo resta lá, agregados e solidários, com seus hinos varonis, seus regimentos internos, suas palavras de ordem, cada quem na sua tribuna, embriagados de esperança. Bar assim ainda há, mas sem o civismo dos anos oitenta. Hoje, abrigam tribos difusas, ora faschion, ora babacas demais. O Gosto Gostoso não! Foi lá onde o PCB se homiziou para doutrinar a moçada, foi lá onde o PT bebeu adolescente e se fez homem, foi lá onde cuidamos de brigar por esta situação nova que está ai.

Naquele tempo todos ostentavam um orgulho estóico, revolucionários dos pés às cabeças: desde as barbas do Profeta ao livro de Mao, desde o perfil cacheado de Tchê Guevara ao movimento das “Diretas Já”. Concedeu-se até aos meninos calçar sapatilhas e vestir camisetas Isadora Ducan - os machos já cuidando de reprocessar suas cantadas ao modo novo de conquistar as mulé - companheiras inteligentes e revolucionárias, agora tão libertárias e informadas.

Ia-se no Gosto Gostoso porque era lá que a subversão funcionava, onde se controvertia os decretos e, sem pudores burgueses, dava-se um jeito no mundo, mandava-se às favas a ditadura. Pois bem... o mundo retornava madrugada alta nos rabiscos da conta, no bocejo do garçom, na traição do sol clareando tudo. Tinha-mos que voltar pra casa sem a maquiagem de guerra porque os vizinhos não nos conheciam assim: “Corina tem um filho comunista, coitada, e além do mais, ele fuma maconha!” E me olhavam de soslaio, embevecidos de mim - a coisa nova da rua.

Pois não é que virou obrigação a quem se quisesse engajado freqüentar o Gosto Gostoso? Ficava no Bairro Grageru, fim da cidade, porque dali não se ia mais a lugar nenhum - que não havia estrada. O fim de linha estava a cem metros do Bar, no Conjunto Habitacional “Cidade dos Funcionários”, construído na década de sessenta pelo governador Seixas Dórea. Uma novidade urbanística de forma circular com ruas paralelas e concêntricas circundando uma pracinha de capim, casinhas de pombo em formato igual, paredes frágeis e teto de amianto, certamente planejada por um engenheiro modernoso, metido a inovador. Na primeira vez que fui lá me senti “preá de bazar”, zonzo, sem saber em que casa entrava. Depois dali, era só um imenso quintal de manjelões e goiabas e cajus, fogo-pagôs e riachos. Ai meu Deus, que saudade gulosa!

Voltemos ao Gosto Gostoso. Principalmente na quarta-feira, o bar se estendia pelo asfalto, mesinhas de ferro atravancando a rua. Uma multidão barulhenta catando mesa, não dava para quem queria.

Comia-se bem, no Bar do Fernandinho. A delícia principal era a Maniçoba, manjar pra macho enfrentar sem titubeio, feito de folhas de Manaíba, venenosas, se não fossem tratadas com os centenários cuidados que só o povo de Lagarto guardara confiavelmente. Fernandinho - lagartense nas glórias de Aracaju - se responsabilizava: “O veneno a gente tira numa bôa!”. Mas tinha também tripa se porco torrada, frango à passarinha e um supremo Sarapatel, servidos com proficiências de avó, que davam pra três. Afinal, os proprietários, que nunca ficaram ricos, tinham aquilo mais como um aparelho político, eles mesmos, os donos, festejados próceres do PT recém criado.

Fotografemos o bar: um mar de cavanhaques trotskanos, aqui acolá uma camisa florida para relaxar; barbudos pálidos e monossilábicos, senhores graves - plenos de sabedoria - e adolescentes imberbes se chegando à causa com ouvidos complacentes, ávidos de justiça e festa.

Notável também eram as bolsas de coro cru a tiracolo. Cada quem carregava nelas o seu arsenal bélico. Vai que dali, daquela noitada, o mundo se rebelasse! “Companheiros! Vamos conquistar a história”! O conteúdo das bolsas seria bastante munição: livros malditos, folhas soltas com desenhos malucos, diários guevarianos, manifestos, a última edição de Carlos Zéfiro e, lá no fundo perfumando tudo, o providencial baseado que ninguém é de ferro! O barato da maconha era a sustança da guerra! Vida, justiça e sofreguidão, acho que éramos todos assim, tão belos e revolucionários o quanto nos permitia a cidade.

Afinal, no Gosto Gostoso, a vida em Aracaju era um chuá chuá de inteligentes conversas. Sem ele, a nossa história seria outra.

Amaral Cavalcante – 27/03/2009.