quarta-feira, 4 de abril de 2012

Trabalho de controle da dengue em Aracaju é referência no Brasil





clique para ampliarO Aedes aegypti pode ser desenvolver em qualquer local que acumule água (Fotos: Ascom/SMS)
clique para ampliarO 2º LIRAa deixou claro que o mosquito tem demonstrado um comportamento domiciliar
O Programa Municipal de Controle da Dengue, da Prefeitura Municipal de Aracaju, vem atuando em todos os bairros da capital com ações que superam as determinações do Ministério da Saúde. Entre essas atividades, Aracaju é destaque na realização de seis Levantamentos de Índice Rápido do Aedes Aegypti (LIRAa), o dobro do que orienta o Ministério. Além disso, a capital sergipana é uma das poucas cidades brasileiras que realizam força-tarefa durante todo o ano, enquanto que a orientação federal é realizar esta atividade apenas nos meses de outubro, novembro e dezembro.
“Esse quadro revela a necessidade das pessoas colaborarem diariamente com esse controle. Não adianta cuidar um dia e descuidar no outro. Essa ajuda tem que ser contínua, assim como são feitas as ações realizadas pelo Programa Municipal de Controle da Dengue. O segundo LIRAa do ano alerta para a necessidade dessa parceria com a população. No Levantamento foi registrado mais de 90% dos focos foram encontrados dentro das casas, sendo que 68% em lavanderias e reservatórios de água”, reforça o Silvio Santos, secretário municipal da Saúde.
Conhecido por surgir em ambientes que contenham água limpa e parada, o mosquito Aedes aegypti  pode se desenvolver em qualquer local que acumule água, desde um simples recipiente de alimentação para animais até as lavanderias que não são limpas corretamente.
“A população não deve esquecer de fechar as tampas dos vasos sanitários em desuso e caixas d'água. Os reservatórios de água devem ser lavados, duas vezes na semana, com escova principalmente nas paredes e bordas das lavanderias e recipientes em geral, como os de alimentação para animais, para que os ovos do mosquito se desprendam. Colocar areia nos pratinhos das plantas, colocar baldes e garrafas de boca para baixo é outra forma de prevenir criadouros do mosquito”, explica Taíse Cavalcante, coordenadora do Programa Municipal de Controle da Dengue.
Ações
Reconhecido como um dos três melhores do Brasil, o Programa Municipal de Controle da Dengue em Aracaju, tem como destaque várias ações, entre elas a coleta de pneus, visitas domiciliares e força-tarefa. 
O trabalho de coleta de pneus é realizado nos diversos bairros de Aracaju. De lá pra cá, o número de pneus coletados vem aumentando. Em 2007, foram recolhidos 20.587 pneus; em 2011, esse número dobrou. Em 2011 as equipes da Secretaria Municipal da Saúde recolheram 53.779 pneus. De janeiro até março foram coletados 13.861 pneus. 
“O recolhimento desses pneus é muito importante porque quando são descartados de maneira inadequada, tornam-se um potencial criadouro do mosquito, acumulando facilmente a água no seu interior. A estratégia evita a proliferação de focos nesses locais, já que os pneus coletados recebem o destino e tratamento adequados”, reforça Taíse Cavalcante.
As visitas domiciliares dos agentes de endemias também têm papel de destaque na prevenção da doença. Em Aracaju, 286 agentes de endemias realizam este trabalho. Desses, 256 atuam especificamente no controle da dengue. Esse ano as equipes ganharam o reforço de mais 21 agentes de endemias da Fundação Estadual de Saúde de Sergipe (Funesa). 
Em 2007, os agentes realizaram 807.754 visitas. Em 2011 esse número saltou para mais de um milhão de visitas. Essas visitas garantem orientação dos agentes aos moradores. Porém a população não deve esperar apenas pelos agentes de endemias, deve sim adotar uma rotina de ações de prevenção dentro de casa. O morador deve continuar adotando as medidas orientadas pelos agentes de saúde. O último LIRAa deixou claro que o mosquito tem demonstrado um comportamento domiciliar.
Outra ação é a realização da força-tarefa, que se destaca por vários motivos. O principal deles é a integração entre a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), de Serviços Urbanos (Emsurb) e de Obras e Urbanização (Emurb). Esta parceria leva diversos benefícios à comunidade já que promove a limpeza de áreas externas incentivando o “Bota-Fora” que reduz entulhos e, com isso, os locais de proliferação do mosquito. 
Em 2008, foram realizadas 152 ações desse tipo. No ano passado foram 186. O trabalho da força-tarefa é realizado semanalmente, de quarta-feira a sábados, o que dá oportunidade dos moradores que trabalham durante a semana de receber a visita dos agentes. Em 2012 foram 42 ações de força-tarefa.
Circulação viral 
Em abril de 2011, a Vigilância Epidemiológica teve a confirmação da circulação do vírus tipo 1 da dengue, que não circulava há 10 anos em Aracaju. Em fevereiro de 2012 foi notificada da confirmação da circulação, desde novembro de 2011, do vírus tipo 4 da dengue em Aracaju, esse vírus não circulava há 28 anos no Brasil. 
Mesmo assim, as ações contínuas e integradas com outros órgãos vêm controlando a transmissão da doença. “Não é possível impedir a entrada de vírus em Aracaju, porque a capital recebe muitos turistas e o aracajuano também viaja pelo país. O trabalho tem que continuar sendo feito. Mesmo com a entrada de novos vírus a população tem que organizar os quintais, precisa criar o hábito de lavar as lavanderias e tonéis pelo menos duas vezes na semana escovando bem as paredes. O controle da dengue é uma responsabilidade de todos”, afirma Taíse Cavalcante. 
Terrenos baldios 
Todos os terrenos baldios são trabalhados nas ações de rotina do Programa Municipal de Controle da Dengue. Nos dois LIRAa de 2012, não foram encontrados criadouros do mosquito em entulhos e resíduos sólidos nesses terrenos baldios. Os dados confirmam a importância do trabalho integrado da Prefeitura de Aracaju por meio das parcerias entre Secretaria Municipal da Saúde, Emsurb e a Emurb, que realizam as ações de força-tarefa com visitas domiciliares e a limpeza de terrenos baldios para recolhimento de pneus em desuso e outros materiais que representam risco. Em 2012 já foram trabalhados 7.541 terrenos baldios.

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